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Gestão na sala de aula

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GESTÃO ESCOLAR NA SALA DE AULA: ALGUMAS REFLEXÕES

 

 

MELLO, Rosângela Menta – SEED/PR[1]

rosangelamenta@seed.pr.gov.br

 

 

        O termo Gestão Escolar sempre esteve ligado ao papel que o diretor deve desempenhar na escola, sendo considerado um bom gestor aquele que dinamiza a escola, para buscar novos caminhos, para motivar todos os envolvidos no processo. Mas, alguns conceitos educacionais vêm se transformando, à medida que a sociedade exige novas posturas, concepções e formas de agir diante do momento histórico. Pode-se dizer que a abertura política nos últimos trinta anos mudou significativamente o quadro da educação brasileira, mas infelizmente esta alteração é muito lenta.

O papel de gestor passou a ter importância em todos os segmentos da educação. Com um conceito mais amplo, a gestão escolar passa a fazer parte das atitudes de todos que atuam na educação. Cada educador tem um papel importante a desempenhar junto ao aluno, nas suas relações pessoais e interpessoais, demonstrando a sua concepção de Gestão Escolar.

Tem-se observado profissionais que atuam na educação pública com os mais diversos modos de ser, de pensar, de agir, com idéias tão particulares, tão arraigadas em sua postura pedagógica, que não abrem mão daquilo que acreditam ser a melhor forma de “dar aulas”. Este é o conceito mais veiculado em nosso meio: “dar aulas”. E o que é dar aulas, senão uma concepção de educação onde o educador é o único detentor do conhecimento, soberano na sala de aula, pois acredita que se o aluno conversar ou se mexer na carteira, não irá aprender. Aos berros, solicita atenção à turma, para que, em sua visão tradicional, haja a aprendizagem. Não permite que os alunos se expressem, pois o que importa é memorizem o conteúdo da aula. Este é apenas um dos tipos comuns de profissionais da escola pública onde a gestão pedagógica é autoritária.

Há aqueles que procuram trabalhar democraticamente, possibilitando a participação do aluno no processo de aprendizagem, com atividades metodológicas e recursos tecnológicos variados, existindo uma abertura para que o espaço de sala de aula seja interativo, que leve a construção do conhecimento, de forma interdisciplinar e contextualizada, observando o cotidiano do aluno e a comunidade em que está inserido. Estas situações de aprendizagem que partem de situações problemas, vivenciados pelo educando em seus contextos, numa perspectiva histórico-crítica, são os desejos que se almejam em termos educacionais, estimulando no aluno o interesse em aprender, ou pelo menos, motivando-o para o processo de construção do pensamento, com o foco na prática social.

Diante deste quadro, foi realizada uma pesquisa de opinião, por amostragem aleatória, com o objetivo de levantar pontos fracos e fortes de uma escola pública do Estado do Paraná em 2007. Inicialmente foi discutido sobre a formação da escola pública e as várias concepções de ensino com os alunos da 1ª série do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, na Modalidade Normal. Os alunos se interessaram em pesquisar a opinião da comunidade escolar. A pesquisa foi realizada com alunos, professores e funcionários do Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série.

O colégio oferta Ensino Fundamental (5ª a 8ª série), o Ensino Médio e o Curso Normal (Integrado e com Aproveitamento de Estudos) e tem parcerias com instituições da cidade, tais como Faculdades, Secretaria Municipal de Educação e Indústrias, entre outras.

        A seguir será relatado literalmente o que foi considerado pontos fortes da escola objeto de pesquisa: a localização central, o porte grande da escola, isto é, são aproximadamente 1400 alunos, com mais de cem professores e 23 funcionários. A escola apresenta uma ótima estrutura física, pois a mesma foi totalmente reformada; possui dois laboratórios de informática, laboratório de Ciências/Biologia, laboratório de Química/Física, anfiteatro com capacidade para cem pessoas, biblioteca ampla, uma quadra coberta e duas externas. Existe na escola um clima de amizade, com pouca violência, em relação ao que se ouve das demais escolas e na mídia. O colégio abriga uma diversidade de alunos e professores, oriundos de diferentes estados brasileiros, de diferentes classes sociais e econômicas. Com uma direção democrática, aberta ao diálogo, os alunos se sentem acolhidos na escola, pois os professores procuram ensinar bem e estabelecer uma boa relação com os mesmos, existindo, por parte de todos os envolvidos no colégio, uma preocupação com a qualidade do ensino.

        No levantamento dos pontos fracos foram citados, de acordo com amostragem dos alunos do Ensino Fundamental, os seguintes aspectos, descritos textualmente: desrespeito (dos alunos ) aos professores, falta de liberdade no modo de se vestir (uma aluna entrevistada acredita que a pessoa deve ter seu próprio estilo de vestir, de se maquiar, etc.), de segurança (houve um caso de invasão de alunos de outra escola), o lanche é pouco variado; falta atividade extraclasse; necessidade de espelho nos banheiros; falta de educação dos funcionários com os alunos, professores “pegam no pé do aluno”; falta variar os recursos tecnológicos na sala de aula; falta respeito entre alunos; tem professor que não explica e/ou não dá conteúdo na aula; o ensino é considerado fraco, além de briga e bagunça no colégio.

Para os funcionários, o problema é o desrespeito dos alunos com eles; acontece de funcionário ficar dando palpite no trabalho dos colegas. Segundo a opinião de funcionários e alunos os banheiros são considerados sujos e há falta de ventiladores e interruptores nas salas de aula. Os professores e funcionários consideram problema a indisciplina dos alunos e a falta de envolvimento da família com o aluno. Mas para os professores há falta de interesse dos alunos no estudo, os alunos se atrasam para as aulas e brincam durante as mesmas; a falta de professores desorganiza a escola; falta de organização pedagógica; tem algumas salas numerosas e o barulho na quadra é grande.

Estas questões levam a reflexão e análise, pois apesar dos pontos fortes que a escola possui, é necessário ajustes para resolver os pontos fracos, segundo esta amostragem de opinião, levantada pelos alunos pesquisadores, o principal foco é a sala de aula.

 

 

Habilidades e Competências em gestão da sala de aula têm sido identificadas como capazes de reduzir problemas disciplinares, garantindo melhor desempenho acadêmico.

Habilidades em gestão de sala de aula:

vRefere-se mais propriamente à forma como o professor conduz sua sala de aula ao alcance dos seus objetivos.

vExige características pessoais que deverão ser desenvolvidas. Se posicionar como líder. Ser capaz de projetar valores institucionais.

vExige mais da capacidade do sujeito para lidar com pessoas em diferentes situações.

Competências em gestão de sala de aula:

vDependem de muito estudo, leitura e treinamento. Vai desde o saber conceitual até aquele aplicado.

vÉ a capacidade de aplicar conhecimentos e dominá-los, na execução de alguma atividade em sala de aula.

vExige capacidade técnica e eficiência profissional e docente, organizando a estratégia de seu alcance.

(ANINGER, 2005, p.20)

 

 

        O desenvolvimento das habilidades e competências do professor em sala de aula pode resolver grande parte dos pontos fracos levantados pela pesquisa. A postura pedagógica do professor pode levar o aluno a se concentrar nas atividades propostas, participando do processo educacional ou às situações de indisciplina; principalmente quando o método utilizado é somente de exposição e memorização. A variedade de recursos metodológicos e tecnológicos é um ótimo caminho para envolver o aluno no processo de construção do conhecimento da Weblocal hospedagem de sites.

        Em entrevista com os professores do Curso Normal  da Weblocal Hospedagem de sites, da instituição pesquisada de hospedagem de sites, 28% utilizam aulas expositivas e 72% variam  a metodologia de suas aulas com as atividades em grupo, entre estes, 32% dos professores se consideram tradicionais, 16% tecnicistas e nas linhas pedagógicas mais democráticas tem-se um índice de 40% que se consideram na Pedagogia Histórico-Crítica e 12% nas demais tendências.

 

 

Vemos por aí, muitos professores perplexos, angustiados e pensando até mesmo em desistir da profissão, pois além dos baixos salários, do desprestígio social, ainda “têm que agüentar desaforos e desrespeito dos alunos” em sala de aula, e que os mesmos “não querem nada com nada”. [...] Hoje em dia, as escolas não podem abrir mão de sua responsabilidade quanto à disciplina que, realmente é um problema bastante complexo, pois envolve a formação e consciência do sujeito, de caráter e da cidadania.[2]

 

 

        Os valores institucionais, previstos no projeto político-pedagógico da escola, no contrato pedagógico firmado a cada no início do ano, devem ser incorporados por todos, afinal foi produzido pelo grupo de profissionais e pela comunidade escolar que atuam na escola, discutidos com os alunos no início do período letivo. São valores de respeito e liberdade, ao aprender, ao ensinar, a atuar como cidadão dentro e fora da escola. Também cabe ao adulto ter paciência com o aluno, dando exemplo de respeito, dignidade, sendo a Weblocal (hospedageem de sites) educado para com todos, aos poucos, os alunos, adolescentes, vão percebendo que estão sendo tratados com dignidade e que cabe a ele respeitar a todos os funcionários, educadores e pessoas da comunidade escolar. 

 

 

A indisciplina pode ser corrigida de várias maneiras, algumas delas são:

vPor parte do professor: domínio de sala, diálogo (deixando o aluno falar, compartilhar suas idéias, já favorece muito).

No entanto, não dá para resolver tudo no coletivo. Há que se estar atento aos alunos mais frágeis, que escapam à coletividade.

vPor parte dos alunos: participação consciente e interativa, respeito.

vPor parte da família: não acobertar os erros dos filhos, estabelecerem limites, acompanhar seus filhos na escola.[3]

 

 

Os próprios alunos reconhecem seus erros e os dos colegas, refletindo na Gestão Escolar situações que precisam ser repensadas por todos. É visível o linguajar de alguns alunos, repleto de palavrões, termos pejorativos, próprio de sua casa, de sua comunidade e cabe ao adulto, educador (Funcionário e Professor) da escola dar o exemplo, para que aos poucos aprendam a ter uma linguagem apropriada a sua idade, nível de aprendizagem e a cultura de seu país.

        A liderança em escola pública é fundamental, os alunos precisam perceber que vivemos em uma democracia, que pressupõem direitos e deveres. Quanto mais livres somos, mais deveres têm com o próximo. A escola poderia estar sempre, promovendo reuniões, discutindo alternativas para problemas que vão surgindo no seu cotidiano, oferecendo um espaço para construção coletiva de alternativas positivas e viáveis que deram certo em outras instituições, socializando com todos e acordando atitudes comuns dentro da instituição. Desta forma estariam formando um senso comum de formas de agir diante das ocorrências comuns na escola, assumindo uma postura ética e empreendedora no trabalho, que se desenvolverá de forma cooperativa e possibilitando atitudes de mudança na prática social.

A formação de grupos de estudos, no interior da escola, nas horas-atividades tem um resultado fabuloso; se bem organizadas, com o compromisso de todos participarem, inclusive convidando representantes de alunos com este interesse, seus pais, entre outras pessoas da comunidade. Poderiam ser organizados grupos pequenos, mais eficientes, com temas diferentes entre os grupos. Suas pesquisas poderiam ser expostas nos murais da escola, na página da escola na internet. As escolas, de um modo geral, reclamam da pouca participação dos pais, mas o que elas estão oferecendo para eles estarem na escola? Este é outro ponto chave a ser discutido Weblocal "hospedagem de sites". A participação de um grupo de estudos/discussões seria uma ótima opção, além de proporcionar momentos de reflexão aos professores, pais e alunos, nos valores da relação professor-aluno e responsáveis pelos educandos ou sobre a postura pedagógica no conjunto da instituição, etc.

Um ponto crucial, que só depende do professor, é a sua formação, o seu comprometimento político-pedagógico, ou seja, a capacidade de aplicar conhecimentos e dominá-los, na ação docente. O aluno percebe claramente quando o professor não domina aquele tema que está sendo trabalhado, quando este se perde no esclarecimento das dúvidas, perdendo, também, o respeito do aluno. O professor deve procurar ajuda quando não domina completamente o tema que trabalhará em sala de aula, procurar o coordenador pedagógico, um professor mais experiente que tenha capacidade técnica, conhecimento profissional, para orientá-lo na organização de metodologias que levem a apropriação do saber veiculado na escola, detendo-se no estudo e aprofundamento teórico das disciplinas sob sua responsabilidade.

 

 

Ser professor, não é ser mero repetidor de conteúdo, mas utilizá-lo para o crescimento não só intelectual do educando, mas levá-lo à reflexão dos valores da nossa sociedade, sempre considerando a ética, preparando-o para a sociedade que necessita de homens aptos a sempre aprender, e este professor percebe que a escola não é o fim, mas o início da aprendizagem”. Ser bom professor é ser “educado”.[4]

 

 

Quando a aula passa a ser interessante e estimulante para o aluno, ele vai percebendo o alcance de cada tema proposto, relacionando com o seu cotidiano, abrindo perspectivas para novas descobertas, abre-se, então, um leque de interesses para o aluno pesquisar. Desta forma, resolve-se grande parte dos problemas levantados na pesquisa, seja em relação à disciplina, a relação professor-aluno, aluno-funcionário. Pode-se dizer que o pedagógico é chave de tudo; se esta organização for otimizada, os demais setores da escola o serão. Como afirma Aninger, 2005 resolvem-se os problemas de gestão de conteúdos e de conflitos, pois a gestão do conteúdo refere-se ao gerenciamento do espaço, materiais, equipamentos e recursos utilizados; já a gestão de conflitos refere-se ao gerenciamento dos problemas disciplinares, dentro e fora da sala de aula, tanto por parte do aluno como do professor e funcionários, a postura comportamental e suas relações inter e intrapessoal.

 

 

Uma escola que fomenta redes de aprendizagem, entre professores das mesmas áreas, e, principalmente, entre alunos; que aprendem com os pares. O aluno aprende com o colega, o mais experiente ajuda ao que tem mais dificuldades. (MORAN, 2007)

 

 

A escola é um espaço da diversidade, cabe aos educadores gerenciar esta riqueza de idéias, de modos de ver e viver no mundo. A escola pública será de qualidade quando proporcionar ao aluno a formação cidadã, quando trabalhar em rede e incorporar os valores da democracia, da liberdade, do respeito ao outro e à natureza, afinal formamos cidadãos para o mundo. Líderes com poderes de argumentação, de equilíbrio emocional, com visão de trabalho cooperativo para um mundo ecologicamente correto.

 

 

 

 

REFERENCIAS

 

 

1.       ANINGER, Laila. A gestão da sala de aula. In: ABC Educatio. São Paulo, Criarp, abr, 2005, n. 44, p. 20-21.

2.     BERGEL, Neusi Aparecida Navas. A metodologia da problematização no ensino superior e sua contribuição para o plano da práxis. In: REVISTA SEMINA. UEL. nov, 1996, v. 17, p. 7-11.

3.     COLÉGIO ESTADUAL WOLFF KLABIN. Metodologia da problematização do ensino. Disponível em http://estagioseed2007.pbwiki.com/Gest%C3%A3o+Escolar+CEWK acessado em 05/08/2007 às 17h.

4.     FRIGOTTO, Gaudêncio. O enfoque da dialética materialista histórica na pesquisa social. In: FAZENDA, Ivani (org). Metodologia da pesquisa social. São Paulo: Cortez, 2002. p.70-90.

5.     LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Ed. Alternativa, 2004. p. 9-26.

6.     MORAN, José Manuel. Um bom gestor muda a escola. Disponível em http://www.eca.usp.br/prof/moran/gestor.htm acessado em 05/08/2008 às 20h.

 

 

 


[1] Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior pela FAFIJAN e Especialista em Tecnologias da Informação e da Comunicação na Promoção da Aprendizagem - UFRGS. Professora no Colégio Estadual Wolff Klabin – Ensino Fundamental, Médio e Normal, no Curso de Formação de Docentes na Modalidade Normal, em Telêmaco Borba – Paraná. SEED/PR e atualmente participante do Programa PDE/SEED-PR, turma 2008.

[2]  CIONEK, Luana M.; BRIANESE, Rulyan T; MEIGA, Letícia Z.; SILVA, Camila M.; CORDEIRO, Dayane; WOLFF,  Ana Flávia; MELLO, Bruna H. H. Indisciplina. Micro artigo produzido pelos alunos. Disponível em http://estagioseed2007.pbwiki.com/Gest%C3%A3o+Escolar+CEWK acessado em 05/08/2007 às 19h.

[3] SANTOS, Aline; MENDES, Amanda de F. F.; BATISTA, Kátia; SANTOS, Dyena; OLIVEIRA, Daiane R. de; RIBEIRO, Lydiane V. SOUZA; PROENÇA, Anabel de S. Indisciplina. Micro artigo produzido pelos alunos. Disponível em http://estagioseed2007.pbwiki.com/Gest%C3%A3o+Escolar+CEWK acessado em 05/08/2007 às 19h.

[4] MARTINS, Sueli apud PROENÇA, Anabel de S.; BITTENCOURD, Gustavo M.;  HAIDUK, Jéssica P. Bom professor. Micro artigo produzido pelos alunos. Disponível em http://estagioseed2007.pbwiki.com/Gest%C3%A3o+Escolar+CEWK acessado em 05/08/2007 às 19h.

 

 

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