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A inclusão digital

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A importância da inclusão digital e o acesso às tecnologias

 

 

MELLO, Rosângela Menta – SEED/PR[1]

rosangelamenta@seed.pr.gov.br

 

 

 

 

Fenômenos mediados pelo computador:

Não é (uma questão de linha) entre o real e o irreal – é entre o real e o real. A única razão pela qual vemos essa dicotomia (entre o real e o virtual) é porque somos velhos[2]

 

 

 

 

     Entende-se que inclusão é o processo onde o ser humano se apropria de determinado conhecimento, passando a vivenciá-lo no seu cotidiano, isto é, o processo de inserir-se em determinado contexto. Quanto à inclusão digital, ela pode ser considerada como a apropriação de um conhecimento específico, como aquele que envolve a tecnologia de informação e comunicação. Portanto, a inclusão digital é a apropriação de conhecimentos referentes à tecnologia da informação e comunicação disponíveis na sociedade atual e o seu uso no cotidiano.

     A apropriação deste tipo de conhecimento requer oportunidade de acesso a vários tipos de tecnologias. A maioria da população tem acesso aos meios de comunicação de massa, tais como televisão, rádio, aparelhos de som, onde não há quase interação entre as partes (emissor e receptor), o processo é unidirecional.

     Na comunicação de massa há poucas possibilidades do exercício pleno da cidadania, pois o usuário ouve e vê o que o meio de comunicação sugere, sob a ótica de quem emite a informação/comunicação.

     A telefonia esta chegando a todos os lugares do mundo, através da tecnologia GSM[3], com a possibilidade de se fazer conferências, enviarem mensagens e imagens instantâneas, trocar informações dos mais variados tipos, acessar a internet, entre outros recursos.

     Outra possibilidade de acesso à tecnologia da informação e comunicação é através dos equipamentos de informática, com acesso à Internet, disponível em boa parte do Brasil e no mundo. Ao contrário do meio de comunicação de massa, a informática possibilita ao usuário a interação com a fonte de informação, através da publicação de opiniões e questionamentos, o indivíduo pode manifestar-se favoravelmente ou não, a tudo aquilo que lhe é apresentado, publica instantaneamente suas pesquisas, idéias, compartilham imagens, diários pessoais etc.

     Infelizmente, grande parte da população brasileira ainda não tem acesso a este meio de comunicação.

     Segundo o levantamento de acesso à Internet pelo Grupo IBOPE, publicada em 21/03/05 o número de internautas, nesta época era de 11 milhões de usuários em suas residências:

 

 

Número de internautas residenciais ativos cresce 3,5% e atinge 11 milhões de usuários. Serviços de mensagens instantâneas, e-mail e torpedos via telefonia móvel lideram crescimento durante o mês de fevereiro.

Em fevereiro, 11 milhões de pessoas navegaram pela Web a partir de suas residências, contra 10,7 milhões do mês anterior. Esse número é 3,5% maior que o número de janeiro de 2005.[4]

 

 

     Outra pesquisa publicada em 19/12/2006 demonstra que a internet residencial brasileira ultrapassa 14 milhões de usuários ativos:

 

 

Em novembro, o total de usuários ativos de Internet residencial atingiu 14,5 milhões de pessoas, número 8,5% maior que em outubro de 2006. Em relação a novembro de 2005, o crescimento é de 15,5%. O Brasil continuou a ser o País com maior tempo médio de navegação residencial por internauta, com 20h4min ou 26 minutos menos que no mês anterior.

O número total de pessoas com acesso residencial à Internet no País também cresceu e atingiu 22,1 milhões de brasileiros, 5,4% mais que em outubro e 10,7% maior que o mesmo período de 2005.

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelaram que na última semana que 79% da população brasileira não acessa a Internet, o equivalente a 128 milhões de pessoas desconectadas.

Ainda assim, os 32,1 milhões que navegam na Rede colocam o País como o primeiro da América Latina e o quinto no mundo no uso da Internet, segundo a UIT (União Internacional de Tecnologia). Mas se for considerado o número de internautas em relação à população, a situação é outra. Nesta avaliação, o Brasil ocupa a 62ª posição mundial e a quarta na América Latina, sendo ultrapassado por Costa Rica, Guiana Francesa e Uruguai, segundo dados divulgados pela Agência Brasil.[5]

            

             A internet vem ganhando espaço nos meios de comunicação. Segundo o IBOPE de 13/07/2007, são 27,5 milhões de brasileiros com acesso residencial à internet:

 

 

Usuários residenciais ativos (17,9 milhões) e tempo por pessoa (22hs 43min) são recordes.

A Web brasileira segue quebrando recordes: o número de internautas residenciais ativos em maio atingiu 17,9 milhões de pessoas, 13,1% maior que no mês anterior. O total de pessoas com acesso à internet atingiu 27,5 milhões de brasileiros. “O vigor da internet brasileira é resultante de uma junção de fatores: políticas de inclusão digital, financiamentos para compra de equipamentos e barateamento do preço final dos PCs, além da transferência de muitas atividades para a internet, como a busca de emprego, busca de imóveis, pesquisas escolares, compras e pagamentos de contas, entre outras”, declara Alexandre Sanches Magalhães, coordenador de análise do IBOPE Inteligência. O total de pessoas com acesso à internet em qualquer ambiente (casa, trabalho, escolas, universidades e outros locais) é de 33,1 milhões.[6]

 

 

     Há várias iniciativas para que a população brasileira tenha acesso a esta seleta tecnologia. Os serviços de telefonia é um dos setores que têm investido muito no mercado brasileiro, principalmente depois da sua privatização.

             O barateamento dos computadores e a sua venda em grandes redes de comércio nacional têm facilitado a aquisição do equipamento, principalmente com a difusão do sistema operacional Linux. Hoje é possível dizer que a inclusão digital por microcomputadores é acessível a todas as classes sociais, pois um crescimento de 11 milhões em 2005 para 33,1 milhões em julho de 2007 é um número bem significativo. Pelas pesquisas, a banda larga é o acesso à internet mais utilizado no país e a região com maior acesso domiciliar é a Sudeste, sendo que as capitais acessam mais a rede que as cidades das zonas rurais.

             A internet tem despertado interesses políticos, principalmente porque proporciona facilidade na organização de movimentos comunitários de base chamados de grassroots no jargão político americano. Muitos políticos tem saído da obscuridade através da internet, assim como muitos cidadãos estão mais participativos da política, da economia, dos movimentos sociais de sua comunidade e Estado.

 

 

Estudos com base na experiência americana e européia mostram que, de maneira geral, a rede precisa atingir cerca de 50% dos eleitores para influenciar de forma significativa o resultado final de uma eleição. Não vamos atingir este número em 2010. Mas o poder da rede se fará sentir através de blogs, sites de comunidades e sites de compartilhamento de vídeo. Quem digitar, e votar, verá…[7]

 

 

             Podemos observar que hoje existe um consenso sobre a importância da inclusão digital para todos, independente de lugar ou classe social que pertença.

             Segundo a Agência Brasil – Empresa Brasil de Comunicação, aumenta o número de usuários de internet em banda larga e TV por assinatura no Brasil, segundo o levantamento setorial realizado trimestralmente em todo o pais:

 

 

Brasília - O número de usuários de TV por assinatura cresceu 13% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a 5,4 milhões de assinantes em todo o Brasil. Já o total dos que usam internet em alta velocidade [grifo nosso] aumentou 45% no mesmo período, somando 1,9 milhão de consumidores.

Os dados foram divulgados hoje [06/08/2008] pela Associação Brasileira de TV por Assinatura e pelo Sindicato das Empresas de TV por Assinatura.

O faturamento bruto da indústria de TV por assinatura foi de R$ 2 bilhões, o que significa incremento de 24% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. O setor gerou 14,7 mil empregos diretos, 27% a mais que nos primeiros três meses de 2007. Em relação aos empregos indiretos, o setor fechou o trimestre com 43 mil postos de trabalho.[8]

 

 

             A inclusão digital em banda larga, não somente está possibilitando o acesso a 1,9 bilhões de brasileiros a internet, como está gerando 43 mil postos de trabalho.

     Acompanhando o programa de informatização da rede pública do Estado do Paraná, observamos que não basta colocar o equipamento na escola, é necessário uma ação mais efetiva. A inclusão digital deve envolver primeiramente os profissionais da educação, para que os estudantes da rede pública possam ser incluídos e, por conseguinte, a população brasileira.

     O Governo Requião, no Estado do Paraná, ampliou de 12 Núcleos Tecnologias Educacionais (NTE) para 32 Coordenações Regionais de Tecnologias Educacionais do Paraná (CRTE), inclusive suprindo um assessor para cada dez escolas em todo o Estado, com uma característica muito importante, cada assessor possui uma formação pedagógica, isto é, são professores da rede pública concursados, cada CRTE possui ainda dois técnicos para assessoria junto às escolas e professores.

     Para que a inclusão digital torne-se uma forma de exercício de cidadania, o cidadão deve apropriar-se desses conhecimentos e ter acesso a esses recursos, de forma que possa interagir nas suas variadas formas.

     Não basta ter uma conta de e-mail, mas sim ter acesso contínuo a ela. Não basta saber que existe o equipamento e que está disponível softwares livres e licenciados, que as conexões podem ser realizadas por provedores do governo e servidores privados (gratuitos e pagos). É preciso participar, acessar os serviços públicos, as informações de sua comunidade, estado e país, constituir-se um cidadão mundial.

     O Ministério da Educação do Brasil e a Secretaria Estadual de Educação do Paraná, através de convênios e parcerias vêm capacitando os profissionais da educação para atuarem juntos aos laboratórios de informática e demais recursos tecnológicos. Temos exemplos excelentes, tais como cursos a distância oferecidos aos professores, como o de Formação Continuada em Mídias Integradas, o Curso de Formação em História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e o Curso de Especialização em Tecnologia da Informação e Comunicação pela UFRGS e UFRJ, Grupos de Trabalho em Rede no ambiente Moodle pela SEED/PR, Teleconferências pelas TVs abertas e pela TV Paulo Freire no Estado do Paraná, entre outros.

     O futuro do nosso mundo depende da postura que cada cidadão tem, seja em relação à política, à economia, ao meio ambiente. Não podemos ignorar a mudança. Ela está aí e segue em ritmo acelerado. Temos que ter um posicionamento diante desta realidade.

     Sabemos das dificuldades, no entanto, estamos conscientes de nosso papel enquanto educadores. Nosso objetivo é proporcionar a construção de conhecimentos de forma que o estudante/cidadão torne-se um agente transformador da atual realidade social brasileira, capaz de refletir, questionar e principalmente modificar a sociedade capitalista para uma sociedade mais justa e igualitária. Vale ressaltar que isso não se concretizará se não acompanharmos as novas tendências educacionais e as políticas públicas em favor da classe popular, assim como não oportunizarmos o acesso à tecnologia a todos os cidadãos, a começar pelos estudantes.

     A Inclusão Digital, na comunidade, se dará de forma lenta, porém, gradativa. A cada dia novas pessoas estão entrando em contato com as tecnologias. Cabe a nós educadores estarmos atentos e dispostos orientar os aprendizes a se apropriarem e utilizarem estes conhecimentos com bom senso, conscientes que a liberdade de expressão pressupõe muita responsabilidade, principalmente em ambientes on-line. A internet nos abre portas e derruba barreiras. Se assim o fizermos, estaremos oportunizando mais do que o acesso a um novo meio de comunicação, estaremos proporcionando a inclusão digital de maneira igualitária a todos os indivíduos, independentemente de sua raça, credo e classe social.

A inclusão digital possibilitará ao ser humano o acesso a informações necessárias para que tenha condições de participar, discutir e questionar tanto com os órgãos públicos como privados, como se apropriar das novas descobertas científicas e divulgar suas idéias, pesquisas e descobertas. Portanto, a inclusão pode contribuir para promover a democratização da sociedade e esse trabalho inicia na escola.

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

 

COUTINHO, Marcelo. É a internet, estúpido! In: IBOPE. Novidades. Disponível em http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=6&proj=PortalIBOPE&pub=T&nome=home_materia&db=caldb&docid=9CE2D1759AF671FA8325751200438F0A acessado em 07/12/2008. Artigo publicado em 01/12/2008.

CRAIDE, Sabrina. Aumenta número de usuários de internet em alta velocidade e TV por assinatura. Reportagem de 06/08/2008. Disponível em: http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/08/06/materia.2008-08-06.6198318593/view acessado em 02/12/2008 às 7h

IBOPE. Internet residencial brasileira ultrapassa 14 milhões de usuários ativos. Publicado em 19/12/2006. Diponível em http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=PortalIBOPE&pub=T&db=caldb&comp=Noticias&docid=872F769C8E9E6CB783257249006335EB acessado em 16/07/2007 as 11h.

_____. Já são 27,5 milhões de brasileiros com acesso residencial à internet. Publicado em 13/07/2007. Disponível em http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=PortalIBOPE&pub=T&db=caldb&comp=Not%EDcias&docid=7F903CB86E967DA783257317004E8F89 acessado em 16/07/2007 às 11h30min.

_____. Número de internautas residenciais ativos cresce 3,5% e atinge 11 milhões de usuários. Publicado: 21/03/2005 Disponível em  http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=6&proj=PortalIBOPE&pub=T&nome=home_materia&db=caldb&docid=E060F4DAD7D4CFA483256FCB006888B8 acessado em 16/07/2007 às 11h.

KOEPSELL, David R. A ontologia do Ciberespaço: a filosofia, a lei e o futuro da propriedade intelectual. São Paulo: Madras, 2004. p. 130

PARANÁ. Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação – CETE. Ações Desenvolvidas pela TV Escola no Estado do Paraná. http://www.cete.pr.gov.br/cetepar/tvescola_acoes.php acessado em 16/10/2007 às 8h

_____. Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação – CETE. Histórico. http://www.seed.pr.gov.br/portals/portal/institucional/cetepar/cte_apresentacao.php?PHPSESSID=2007071710522093 acessado em 16/10/2007 às 8h

____. Coordenação Estadual de Tecnologia na Educação – CETE. Apresentação.  http://www.netescola.pr.gov.br/netescola/escola/153042012/ acessado em 24/10/2007 às 17h

_____. Portal Educacional Dia-a-dia Educação. TV Pendrive. Disponível em http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/ acessado em 19/10/2007 às 16h.

_____. SEED. Orientações curriculares para o Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em nível Médio, na Modalidade Normal. Curitiba, 2006. (doc)

 

 

 

 

 


[1] Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior pela FAFIJAN e Especialista em Tecnologias da Informação e da Comunicação na Promoção da Aprendizagem - UFRGS. Professora no Colégio Estadual Wolff Klabin – Ensino Fundamental, Médio e Normal, no Curso de Formação de Docentes na Modalidade Normal, em Telêmaco Borba – Paraná. SEED/PR e atualmente participante do Programa PDE/SEED-PR, turma 2008.

[2] KOEPSELL, 2004. p. 130.

[3] GSM é o Sistema Global para Comunicações Móveis. É uma tecnologia móvel e o padrão mais popular para celulares do mundo. Nascido nos anos 80. A vantagem-chave do GSM são os serviços com baixos custos, por exemplo, a troca de mensagens de texto.

[4] IBOPE. 2007.

[5] Idem.

[6] Idem.

[7] COUTINHO, 2008

[8] CRAIDE, Sabrina. Aumenta número de usuários de internet em alta velocidade e TV por assinatura. Reportagem de 06/08/2008. Disponível em: http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/08/06/materia.2008-08-06.6198318593/view acessado em 02/12/2008 às 7h

 

 

 

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